O ex-deputado federal Roberto Jefferson deixou neste domingo (11) o hospital onde estava internado há quase dois anos, no Rio de Janeiro, após autorização do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes para cumprir a pena em casa.
Neste sábado (10), Moraes concedeu prisão domiciliar ao ex-dirigente do PTB em caráter humanitário. Segundo o advogado João Pedro Coutinho Barreto, Jefferson saiu do hospital pela manhã. Ele deve ficar na cidade de Comendador Levy Gasparian (RJ), onde tem residência.
Na sexta (9), a PGR (Procuradoria-Geral da República) afirmou ao STF que o Hospital Samaritano Botafogo, no Rio, enviou diferentes relatórios médicos —o último no mês passado— que “desenham quadro clínico grave e justificam a flexibilização do regime de custódia”.
O parecer médico indica a ocorrência de crises convulsivas, desnutrição, síndrome depressiva e perda de apetite, infecções urinárias recorrentes, inflamações na região da boca, colangite (infecção dos canais que transportam a bile ao fígado) e necrose miocárdica (morte de células do coração devido à falta de oxigênio).
Relatórios médicos anteriores também apontam histórico de câncer de testículo, pâncreas, tireoide, cólon, além de diabetes e transtorno depressivo, entre outros problemas de saúde.
O ex-deputado foi preso em agosto de 2021 após incitar atos contra o STF, mas recebeu o direito à prisão domiciliar em janeiro de 2022 por questões de saúde. Em outubro do mesmo ano, ele voltou ao regime fechado por descumprir, de forma reiterada, as regras da prisão domiciliar.
Na ocasião, Jefferson resistiu à prisão com tiros de fuzil e granadas contra agentes da Polícia Federal que tentavam cumprir a decisão. Ele se entregou às autoridades no fim do dia e foi levado ao presídio de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro.
Jefferson foi condenado pelo plenário do Supremo em dezembro do ano passado a nove anos de prisão por atentado ao exercício dos Poderes, homofobia, calúnia e incitação ao crime.
O político já havia sido condenado no escândalo do mensalão. O ex-deputado se lançou à Presidência da República em 2022, mas teve a candidatura barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que o considerou inelegível. Jefferson foi substituído por Padre Kelmon (PTB).
Fonte: Folha de São Paulo