A Justiça do Pará afastou do cargo nesta terça-feira (5) o prefeito de Ananindeua, Dr. Daniel (PSB), com base em investigações conduzidas pelo Gaeco, unidade do Ministério Público dedicada ao combate ao crime organizado.
Pré-candidato ao governo do Pará no ano que vem, Daniel diz que a decisão teve interferência do governador Helder Barbalho (MDB), seu ex-aliado e atual desafeto político.
“É uma decisão arbitrária, tomada monocraticamente por um juiz ligado ao governo Helder. É mais um exemplo da ditadura dos Barbalho, que tem controle total sobre o Ministério Público e o Judiciário”, diz o prefeito, que vai recorrer da decisão.
Daniel afirma que não tem informações sobre a acusação que levou à decisão liminar do desembargador Pedro Soterio. “Esse é outro aspecto. Não sei do que sou acusado. Não me deram direito à defesa”, afirma.
Segundo o prefeito, que será substituído provisoriamente pelo vice, o juiz tem relações próximas com o governo estadual. “É tão imoral que a filha dele é a principal assessora do procurador-geral de Justiça do estado”.
Além da estratégia jurídica, Daniel diz que buscará apoio político de seu partido, o PSB. Ele estava em Brasília quando recebeu a notícia, e pretende ter conversas com dirigentes como Carlos Siqueira e o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
“Já estou andando o estado como pré-candidato a governador, lidero a maior parte das pesquisas. Essa é uma interferência direta do governo Helder sobre a Justiça para influenciar na eleição do ano que vem”, afirmou.
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Fonte: Folha de São Paulo
