Parlamentares do Republicanos, partido de Tarcísio de Freitas, avaliam que a entrada do governador de São Paulo na articulação para aprovar a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de Janeiro foi um acerto, ao colocá-lo no coração de um tema caro ao bolsonarismo.
Nesta semana, Tarcísio se uniu ao centrão em busca de um acordo para anistiar Jair Bolsonaro (PL). Com isso, segundo correligionários do governador, ele contabiliza vários pontos. Em primeiro lugar, desarranja um movimento que estava sendo ensaiado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) de se colocar como fiador do projeto.
Lira já havia sido alçado a negociador na crise gerada pelo motim bolsonarista, ao ser procurado pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), para buscar uma solução para o impasse. Nesta segunda-feira (1º), o alagoano visitou o ex-presidente e ouviu dele um pedido de ajuda na articulação do tema no Congresso. Ao entrar nas discussões, Tarcísio atraiu as atenções para si como negociador da anistia.
Outro efeito, segundo deputados aliados do governador, é apaziguar as críticas dos filhos de Bolsonaro. Ao falar em indulto ao ex-presidente e articular a anistia, Tarcísio daria mais uma prova de lealdade a ele.
Por outro lado, esses mesmos correligionários reconhecem que é muito difícil passar na Câmara uma anistia ampla e irrestrita, como desejam os bolsonaristas.
Na avaliação deles, o texto possível de ser aprovado é algo na linha do defendido pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que trabalha em um projeto alternativo que não perdoaria nenhum dos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
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Fonte: Folha de São Paulo
