Após o plenário da Câmara Municipal de São Paulo ter aprovado a criação de duas CPIs, a das HIS (Habitação de Interesse Social) e a das Enchentes, a base aliada do prefeito Ricardo Nunes (MDB) atua para que ambas não sejam instaladas.
As CPIs foram aprovadas no dia 2 de abril e, de acordo com o regimento da Casa, os sete membros do colegiado devem ser indicados em até 15 dias, isto é, até o final da próxima semana.
No entanto, alguns vereadores dizem que os líderes de bancadas estão comprometidos em não indicar nenhum nome para compor as duas comissões, inviabilizando-as.
O Painel questionou os líderes da situação, Silvão Leite (União), Danilo do Posto de Saúde (Podemos), Sonaira Fernandes (PL), Murillo Lima (PP) e Marcelo Messias (MDB). Entre eles, Messias diz que indicou o próprio nome para CPI da habitação, enquanto Danilo se comprometeu em nomear alguém do Podemos na semana que vem.
“A Câmara se ajoelha para o Executivo, passará por uma humilhação em não instalar duas CPIs que já foram aprovadas”, diz o vereador Alessandro Guedes (PT), autor do requerimento da CPI da Enchentes, que deverá investigar as causas das inundações em regiões como Jardim Pantanal, zona leste da capital.
“Vem ordem do governador [Tarcísio de Freitas] para que não investiguemos a barragem da Penha e a sua relação com as enchentes, e [ordem] do prefeito. Viramos cartório, só carimbamos o que o prefeito manda”, discursou Guedes, no Plenário.
Já a CPI das HIS, protocolada pelo vereador Rubinho Nunes (União), deverá apurar indícios de que empresas estejam se beneficiando com incentivos fiscais concedidos pela prefeitura, mas que, no final, não vendem suas casas à população de baixa renda.
Ao saber do pacto entre os líderes da situação, Rubinho também demonstrou irritação. “A CPI das HIS é essencial para a manutenção da credibilidade do modelo criado, que infelizmente parece ter sido contaminado por algumas empresas. As denúncias são graves”, diz Rubinho.
“Seria lamentável se os partidos deixassem a investigação morrer pela falta de indicação de membros”, concluiu o vereador.
Além destas duas CPIs, a Câmara lida com outros pedidos como a que ganhou a alcunha de CPI do Rodrigo Bocardi, proposta pelo vereador Lucas Pavanato (PL), do Serviço Funerário, do vereador Dheison (PT), e das Mortes no Trânsito, da vereadora Renata Falzoni (PSB).
A CPI do Rodrigo Bocardi, na verdade, se propõe a “investigar pagamentos e repasses de recursos públicos a jornalistas e empresas de televisão e de comunicação por empresas públicas e privadas que prestam serviços ao Município de São Paulo”.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.
Fonte: Folha de São Paulo